Entramos em um submarino de caça de verdade!!
O universo dos oceanos tem grande espaço no imaginário dos pequenos e o submarino é uma das peças mais misteriosas e representativas desse mundo fantasioso das crianças. Mas você sabia que é possível visitar um submarino e conhecer a realidade de quem vivia nele anos atrás? Pois é… Nós tivemos essa experiência quando fomos a Paris e vou contar para vocês como é entrar em um submarino de caça de verdade!
Onde encontramos um submarino de caça de verdade
Quando estivemos em Paris nós visitamos o Cité des Science et de I´Industrie, que é o museu de ciências local e um dos maiores do mundo. O museu está localizado no Parc de La Villette, um parque urbano (que já foi um abatedouro) no 19º arrondissement e que é o maior parque da cidade e segunda maior área verde com 55 hectares. Para chegar lá pegamos a linha 7 do metrô na Estação Chatele.
Confira também o nosso passeio no Museu de Ciências de Paris:
CITÉ DES SCIENCE ET DE I´INDUSTRIE: O MUSEU DE CIÊNCIAS DE PARIS
Além de ter uma área inteiramente dedicada aos pequenos (e totalmente interativa), é lá que está atracado o L´Argonaute – ou O Argonauta. O ingresso para visitar o submarino já está incluído na entrada do museu. Pegamos uma pequena fila para poder ver o submarino por dentro. Sim, porque afinal, o espaço por lá não é dos maiores, né? A primeira coisa que me vinha a cabeça era: “Como foi possível viverem 40 homens aqui dentro?”. Imagino que não deve ter sido fácil.
O L´Argonaute é um submarino de caça dos anos 50 que está atracado no Parc de La Villette, em Paris, desde 1989. É possível explorar o submarino por dentro (e tentar entender para que serviam cada um daqueles 1 milhão de botões) e conferir as instalações e fotos da época que permitem compreender um pouquinho do cotidiano da tripulação dos 40 homens que viviam por ali.
Eu achei o ambiente muito claustrofóbico, mas a experiência valeu a pena. A visita é guiada por áudio e revela segredos do mundo dos submarinistas. Há ainda uma exposição complementar que fala sobre o fundo dos oceanos, a Sous L´océan.
Ficha técnica do Argonauta
A autonomia de um submarino a diesel durante o mergulho depende da capacidade de suas baterias. Tudo funciona com eletricidade, mas é a propulsão que mais consome. O Argonaute acelerou a uma velocidade de 14 nós (cerca de 27 km/h) por uma hora e cobriu 150 milhas (270 km) em 33 horas. Ele poderia mergulhar por várias horas em uma velocidade muito baixa e economizando o máximo de eletricidade possível.
O casco e os painéis úteis para a passagem de homens e equipamentos devem suportar a pressão da água que o submarino sofre em imersão. Para evitar deformações, o casco, de seção circular, é feito de aços especiais de alto limite elástico, com vários centímetros de espessura.
O periscópio é um mastro telescópico que permite ver acima da superfície quando o submarino está navegando em baixa imersão. Junto com antenas e detectores de radar, é essencial no dispositivo de segurança do submarino. O tubo óptico está desaparecendo hoje em favor dos mastros optrônicos, que contêm câmeras digitais infravermelhas e de alta definição.
A chegada em Paris
Localizado em Toulon, o submarino é transportado em uma barcaça de 94 m de comprimento, puxada por um rebocador, que chega a Le Havre três semanas depois. Sobe o Sena até Gennevilliers, onde acrescentamos uma dezena de balões flutuantes para lhe fornecer um calado de 3 metros. O mais complicado foi chegar ao canal Saint-Denis. Teve que cruzar as sete eclusas e, acima de tudo, içá-lo para a costa, em La Villette. Para fazer isso, foi preciso cavar um poço, instalar duas enormes tesouras no cais, retirá-lo da água, rolá-lo por 400 m em um carrinho de 96 rodas e, finalmente, colocá-lo em dois blocos de concreto.
O Argonauta em números
- Comissionado de 1958 a 1982
- Profundidade de mergulho: 200 metros
- Propulsão: diesel-elétrica
- Potência do motor: 1.800 cavalos de potência
- Comprimento: 50 metros
- Deslocamento: 400 toneladas
- Velocidade máxima: 16 nós ao mergulhar ou 30 km / h
- Tripulação: 40 pessoas
A evolução do submarinos
Para cumprir missões de inteligência e proteção ou intervir em conflitos de terra circulam submarinos invisíveis e silenciosos. A defesa dos interesses dos Estados assenta também na vigilância das zonas marítimas sob a sua jurisdição, do tráfego comercial estratégico ou das zonas politicamente sensíveis.
Para os submarinos, conciliar restrições ambientais, segurança da tripulação, discrição perfeita, integração de propulsão nuclear e sistema de combate é um desafio tecnológico. Desde o Argonaute, o submarino se tornou uma pepita tecnológica formidável.
Em uma exposição complementar à visita ao submarino é possível observar o transporte de mercadorias em um mapa do mundo, acompanhar o tráfego marítimo em tempo real em um terminal e assistir a vários filmes que abordam os desafios do oceano: comércio, sepultamento de cabos de telecomunicações, exploração de recursos, mudanças climáticas e proteção ambiental.
O passeio termina com uma apresentação da evolução técnica dos submarinos, do Argonaute ao Suffren, o último nascido da Marinha Francesa.
O submarino Argonaute fica aberto aos sábados e domingos (10h30 às 15h30) e nas quartas-feiras à tarde. O acesso ao submarino não é recomendado para crianças menores de 2 anos.
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